17 dezembro, 2008

Curiosidades Verbais

1ª) Verbo RIR

Leitor quer saber se a primeira pessoa do singular do presente do indicativo é eu RIO.
É isso mesmo: eu RIO, tu ris, ele ri, nós rimos, vós rides, eles riem.
O verbo SORRIR, que é derivado de RIR, fica eu SORRIO.


2ª) Verbo CRER

Leitor quer saber qual é a terceira pessoa do singular do pretérito perfeito do indicativo.
Pode parecer mentira, mas é ele CREU.
A conjugação completa do pretérito perfeito do indicativo é: eu cri, tu creste, ele CREU, nós cremos, vós crestes, eles creram.


3ª) Reaveu OU reaviu?

É a famosa dúvida do nada com coisa alguma. Nenhuma das duas. O certo é REOUVE.
REAVER é derivado do verbo HAVER. Deve seguir a sua conjugação.
O pretérito perfeito do indicativo do verbo HAVER é: eu houve, tu houveste, ele houve, nós houvemos, vós houvestes, eles houveram.
Assim sendo, o verbo REAVER fica: eu reouve, tu reouveste, ele REOUVE, nós reouvemos, vós reouvestes, eles reouveram.


4ª) Pego OU pegado?

Em Portugal, somente a forma PEGADO é usada.
No Brasil, as duas formas convivem. A forma PEGADO só pode ser usada quando antecedida dos verbos TER ou HAVER: “Ele tinha (ou havia) PEGADO os documentos”.
A forma irregular PEGO está consagrada entre nós e já é aceitável na língua padrão. Pode ser usada com qualquer verbo auxiliar (ser, estar, ter ou haver):
“Ele foi PEGO em flagrante”.
“Ele tinha PEGO (ou PEGADO) os documentos”.
Isso significa, portanto, que, com os verbos SER e ESTAR, só podemos usar a forma irregular (PEGO); e, com os verbos TER e HAVER, podemos usar tanto a forma regular (PEGADO) quanto a irregular (PEGO).


5ª) Tinha chego OU tinha chegado?

O verbo CHEGAR é regular. O particípio é CHEGADO.
Isso significa que o correto é dizer que “ele tinha CHEGADO atrasado”.


6ª) Mano confiante que Felipe joga OU jogue o clássico?

Se o técnico está confiante, devemos usar o modo indicativo: “Mano está confiante que Felipe JOGA o clássico”.
Melhor seria: “Mano está confiante DE que Felipe JOGARÁ o clássico”.
Devemos usar o modo subjuntivo quando há dúvida, quando temos uma suposição ou uma expectativa: “Mano acredita que Felipe jogue (possa jogar) o clássico”; “Mano espera que Felipe jogue o clássico”.


7ª) Analista acredita que a renúncia de Fidel Castro abre OU abra novos caminhos para Cuba?

Depende.
Se usarmos o modo indicativo, posso entender que o analista acredita no sentido de “tem certeza, está convicto”: “Analista acredita (= afirma) que a renúncia de Fidel Castro abre (abrirá) novos caminhos para Cuba”.

Se usarmos o modo subjuntivo, passo a entender que o analista não tem certeza, ele acredita no sentido de “supõe ou espera”: “Analista acredita (= supõe) que a renúncia de Fidel Castro abra (possa abrir) novos caminhos para Cuba”.


8ª) “O juiz ainda não havia intervindo no caso”?

Nosso leitor não tem razão. A frase não está errada. O particípio do verbo INTERVIR é INTERVINDO.

INTERVIR é derivado do verbo VIR. O particípio do verbo VIR é VINDO. É igual ao gerúndio: “Ele ainda não tinha vindo (particípio) a minha casa”; “Eu não sabia que ele já estava vindo (gerúndio) para cá”.

Como o verbo INTERVIR é derivado de VIR, acontece o mesmo. A forma INTERVINDO pode ser do gerúndio ou do particípio: “O juiz já estava intervindo no caso” (gerúndio); “O juiz ainda não havia INTERVINDO no caso” (particípio).

fonte:
Professor Sérgio Nogueira

Um comentário:

Anônimo disse...

Muito esclarecedor! Obrigada pelas dicas!