Para ser de Deus, necessário é amar o silêncio, dar ouvidos às estrelas e ensurdecer aos tambores marciais – para ser de Deus.
Para ser de Deus, necessário é desatar o nó da gravata, soltar os ombros e relaxar o nervo gripado. Para viver amedrontado, ninguém precisa temer um vigia incontestável.
Para ser de Deus, necessário é se juntar por dentro – seja lá como for. Não exorcizar sombras, admitir erros e tratar as ambigüidades como dádivas.
Para ser de Deus, necessário é não se punir por achar que o amado se melindra com facilidade. Caminhar com quem se quer bem traz dor e alegria, mas sempre deixa o sabor de que valeu a pena. O Todo-poderoso tudo sabe, mas insiste em emprestar seu ombro e está preparado para continuar amigo mesmo desapontado.
Para ser de Deus, necessário é saber cortar as unhas de velhinho, participar de mutirão, andar a pé, cantar parabéns, chorar em corredor de hospital, comer buchada em casa de matuto e beber água na cabaça.
Para ser de Deus, necessário é curtir uma nostalgiazinha, a saudade marota que insiste em não morrer. É preciso não segurar o fio da meada da tristeza para que passeie solta pelos salões do coração. Tem que aprender a celebrar as ausências irreconhecíveis.
Para ser de Deus, necessário é que as preces sejam poucas e vagarosas, emudecendo para a conversa ser sublime, numa intimidade tão secreta quanto um código militar.
Para ser de Deus, necessário é gostar de vinho tinto, de cântico gregoriano, de Bach, do Chico Buarque, do Catulo da Paixão Cearense, de caldo de cana, de banho de chuva, de tarde fria, do Martin Luther King, de cocada e do Machado de Assis.
Para ser de Deus, necessário é manter-se permeável ao lampejo da estrela e sensível à sístole e à diástole do pulmão universal. Tem que bailar no vai-e-vem das marés e cavalgar na calda dos cometas.
Para ser de Deus, necessário é retalhar arco-íris, temperar maná e perfumar incenso.
Para ser de Deus, necessário é manter-se humano, pois tudo isso não adianta de nada se nesta perigosa e sublime aventura não perceber seu rosto numa criança.
Soli Deo Gloria.
Ricardo Gondim
Para ser de Deus, necessário é desatar o nó da gravata, soltar os ombros e relaxar o nervo gripado. Para viver amedrontado, ninguém precisa temer um vigia incontestável.
Para ser de Deus, necessário é se juntar por dentro – seja lá como for. Não exorcizar sombras, admitir erros e tratar as ambigüidades como dádivas.
Para ser de Deus, necessário é não se punir por achar que o amado se melindra com facilidade. Caminhar com quem se quer bem traz dor e alegria, mas sempre deixa o sabor de que valeu a pena. O Todo-poderoso tudo sabe, mas insiste em emprestar seu ombro e está preparado para continuar amigo mesmo desapontado.
Para ser de Deus, necessário é saber cortar as unhas de velhinho, participar de mutirão, andar a pé, cantar parabéns, chorar em corredor de hospital, comer buchada em casa de matuto e beber água na cabaça.
Para ser de Deus, necessário é curtir uma nostalgiazinha, a saudade marota que insiste em não morrer. É preciso não segurar o fio da meada da tristeza para que passeie solta pelos salões do coração. Tem que aprender a celebrar as ausências irreconhecíveis.
Para ser de Deus, necessário é que as preces sejam poucas e vagarosas, emudecendo para a conversa ser sublime, numa intimidade tão secreta quanto um código militar.
Para ser de Deus, necessário é gostar de vinho tinto, de cântico gregoriano, de Bach, do Chico Buarque, do Catulo da Paixão Cearense, de caldo de cana, de banho de chuva, de tarde fria, do Martin Luther King, de cocada e do Machado de Assis.
Para ser de Deus, necessário é manter-se permeável ao lampejo da estrela e sensível à sístole e à diástole do pulmão universal. Tem que bailar no vai-e-vem das marés e cavalgar na calda dos cometas.
Para ser de Deus, necessário é retalhar arco-íris, temperar maná e perfumar incenso.
Para ser de Deus, necessário é manter-se humano, pois tudo isso não adianta de nada se nesta perigosa e sublime aventura não perceber seu rosto numa criança.
Soli Deo Gloria.
Ricardo Gondim
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