Quando li a biografia, ou pelo menos o auto relato da vida de Albert Schweitzer decidi que escreveria mais um livro sobre a vida de Jesus, sem falar em outro sobre a vida de Paulo e mais um comentário completo do Novo Testamento. Pretendia ler tudo o que já foi publicado sobre o Mestre, pelo menos, nas línguas que eu pudesse compreender. Sonhei com a minha figura pouco espaçosa ocupando uma mesa lá no departamento da Bíblia do Wheaton College, em Illinois perto de Chicago, USA, cercado de todos esses livros e lendo-os incansavelmente. Não fosse pelo fato de que Jesus Cristo é a pessoa mais descrita, mais escrita e estudada na face da terra. Eu mesmo, conheço mais ao Nazareno do que conheci meu próprio pai.
Dei-me conta desse fato há poucos dias, quando li o post do meu filho Thomas a meu respeito. Deixou-me perplexo o quanto ele me conhece, aliás, penso que ele já me ultrapassou nesse conhecimento, também. A razão é que gastei muito mais tempo e energia tentando conhecer a Jesus, do que dediquei ao meu velho. A grande ironia é que Jesus é a pessoa de quem mais falam e tudo que há sobre ele, de fato, são relatos temerários, possivelmente adulterados no último grau pela sagacidade mórbida do clero, em várias épocas, e escritos, na base, por pescadores quase ignorantes. Outros relatos, talvez melhores, foram rechaçados por Irineu porque ele levantara de pé esquerdo ou seu amante não lhe dera atenção na noite anterior. Esse monstro do canon bíblico estava corrompido por Justino para não aceitar nada que ele julgasse com cara de gnosticismo. Sabe, quando isso acontece, funciona como no tempo do nazismo, você mata o seu vizinho palmeirense e depois justifica-se dizendo que ele era judeu ou vice-versa. Agora me dei conta de quão tolo sou. Imagine a minha inocência nesse quesito, ler miríades de livros que falam sobre um ser que a maioria desses autores de sua vida não conhece e se quer sabe se ele existiu.
Não fui ao enterro do meu pai. Ele morreu no Paraná e eu achei que era muito longe para mim. Não sou muito bom em enterros. Todo mundo chora e eu rio, tenho dificuldade em acertar o defunto, apesar que nesse caso, acho que não teria esse problema, pois ainda fazia alguma idéia de como meu pai era. Enfim não sei como e onde ele foi enterrado. Mas sei tudo sobre o de Jesus. Como ele morreu, foi enterrado e desenterrado, ou melhor, sei tudo que dizem sobre sua mortália, dos evangelhos ao livro do Schweitzer .
Não me venha com aquela conversa boba sobre crer ou não em Jesus. Creio em Jesus, não nesse descrito e narrado, sem alma e sem êxtase, na maioria esmagadora desse mar de livros a seu respeito, mas no Jesus que eu nunca conheci. Creio em um Cristo sobre o qual não sou digno de atar-lhe, se quer, as sandálias. Não sei qual é a sua aparência. Não faço a menor idéia sobre o timbre de sua voz e muito menos em que língua ele se expressou ou mesmo se chegou a fazê-lo. Isso é lá com o Mel Gibson . Não dá para confiar em um cara que se chama mel. Para mim, o filho de Deus é facilmente identificavel. Olhe para mim e imagine o oposto. Pronto, aí está o salvador. Sei que ele era uma cara boníssimo porque sou mau. Imagino-o como um ser totalmente perdoador porque não sou capaz de perdoar nem a minha avó e muito menos a minha mãe. Confio nele como um ser cheio de graça, da maravilhosa graça porque não disponho de nenhuma. Sou egoísta e orgulhoso, fora a prepotência e o narcisismo. A única coisa que estou disposto a dividir é o meu passivo.
Não estou em busca de confete. Pode guardar para quando o carnaval chegar. Estou contradizendo meu próprio filho, que me olha com olhos ternos, coisa que nem imagino como se faz. Ele sim se parece com o Jesus, filho do Deus pai. Por vias tortas safou-se, até aqui, das garras imundas desse mundo. Mas eu fui contaminado até a tampa. Esse é mais um motivo para eu crer desesperadamente em Cristo. Sem ele estou frito, literalmente frito. Já disse e repito, é melhor que ele seja mesmo a verdade, para o meu bem, pelo menos.
Se cristo viveu ou não, tanto faz. Sei, apenas o seguinte: quero ele vivo em mim, por mim e por todos nós.
Lou Mello
Dei-me conta desse fato há poucos dias, quando li o post do meu filho Thomas a meu respeito. Deixou-me perplexo o quanto ele me conhece, aliás, penso que ele já me ultrapassou nesse conhecimento, também. A razão é que gastei muito mais tempo e energia tentando conhecer a Jesus, do que dediquei ao meu velho. A grande ironia é que Jesus é a pessoa de quem mais falam e tudo que há sobre ele, de fato, são relatos temerários, possivelmente adulterados no último grau pela sagacidade mórbida do clero, em várias épocas, e escritos, na base, por pescadores quase ignorantes. Outros relatos, talvez melhores, foram rechaçados por Irineu porque ele levantara de pé esquerdo ou seu amante não lhe dera atenção na noite anterior. Esse monstro do canon bíblico estava corrompido por Justino para não aceitar nada que ele julgasse com cara de gnosticismo. Sabe, quando isso acontece, funciona como no tempo do nazismo, você mata o seu vizinho palmeirense e depois justifica-se dizendo que ele era judeu ou vice-versa. Agora me dei conta de quão tolo sou. Imagine a minha inocência nesse quesito, ler miríades de livros que falam sobre um ser que a maioria desses autores de sua vida não conhece e se quer sabe se ele existiu.
Não fui ao enterro do meu pai. Ele morreu no Paraná e eu achei que era muito longe para mim. Não sou muito bom em enterros. Todo mundo chora e eu rio, tenho dificuldade em acertar o defunto, apesar que nesse caso, acho que não teria esse problema, pois ainda fazia alguma idéia de como meu pai era. Enfim não sei como e onde ele foi enterrado. Mas sei tudo sobre o de Jesus. Como ele morreu, foi enterrado e desenterrado, ou melhor, sei tudo que dizem sobre sua mortália, dos evangelhos ao livro do Schweitzer .
Não me venha com aquela conversa boba sobre crer ou não em Jesus. Creio em Jesus, não nesse descrito e narrado, sem alma e sem êxtase, na maioria esmagadora desse mar de livros a seu respeito, mas no Jesus que eu nunca conheci. Creio em um Cristo sobre o qual não sou digno de atar-lhe, se quer, as sandálias. Não sei qual é a sua aparência. Não faço a menor idéia sobre o timbre de sua voz e muito menos em que língua ele se expressou ou mesmo se chegou a fazê-lo. Isso é lá com o Mel Gibson . Não dá para confiar em um cara que se chama mel. Para mim, o filho de Deus é facilmente identificavel. Olhe para mim e imagine o oposto. Pronto, aí está o salvador. Sei que ele era uma cara boníssimo porque sou mau. Imagino-o como um ser totalmente perdoador porque não sou capaz de perdoar nem a minha avó e muito menos a minha mãe. Confio nele como um ser cheio de graça, da maravilhosa graça porque não disponho de nenhuma. Sou egoísta e orgulhoso, fora a prepotência e o narcisismo. A única coisa que estou disposto a dividir é o meu passivo.
Não estou em busca de confete. Pode guardar para quando o carnaval chegar. Estou contradizendo meu próprio filho, que me olha com olhos ternos, coisa que nem imagino como se faz. Ele sim se parece com o Jesus, filho do Deus pai. Por vias tortas safou-se, até aqui, das garras imundas desse mundo. Mas eu fui contaminado até a tampa. Esse é mais um motivo para eu crer desesperadamente em Cristo. Sem ele estou frito, literalmente frito. Já disse e repito, é melhor que ele seja mesmo a verdade, para o meu bem, pelo menos.
Se cristo viveu ou não, tanto faz. Sei, apenas o seguinte: quero ele vivo em mim, por mim e por todos nós.
Lou Mello
Um comentário:
Fico feliz e lisonjeado em ver meus textos replicados aqui, tanto quanto em vários outros blogs, especialmente onde há links para tantos escritores famosos, alguns, meus amigos pessoais, embora não haja link para a fonte de meus textos. Talvez alguns dos leitores desse bonito blog desejassem ler mais alguma bobagem escrita pela mesma pena ou apenas matar a curiosidade. Abraço a todos.
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