06 maio, 2008

Curto-circuito

Deu curto-circuito em um professor de medicina da Universidade da Bahia. Como falou bobagem! Para ele, os baianos são tão estúpidos que inventaram o berimbau com uma corda só; com três seria uma cítara e os seus conterrâneos não conseguiriam tocar. Considerando seu doutorado, não há outra explicação, o “tico e o teco” do magno professor trombaram e ele deu um “piti”.

Quem não se lembra do então ministro Rubens Ricupero? Ele também falou um monte de asneiras numa entrevista. Como imaginou que os microfones estivessem desligados, gabou-se até não poder mais de sua esperteza. O que disse sobre si mesmo não só constrangeu meio mundo, como o fez perder o cargo.

O campeão em metáforas atrapalhadas parece ser o presidente Luis Inácio Lula da Silva, que usa e abusa de figuras de linguagem malucas! Parece uma matraca e compromete, inclusive, a grandeza de seu mandato.

Aliás, vários lideres deveriam ler o livro de Provérbios “Quem guarda a sua boca guarda a sua vida, mas quem fala demais acaba se arruinando” (Pr 13.3). Bush e Chávez não guardam a boca e o mundo se apavora. Bem fez o rei da Espanha que mandou o bufão venezuelano calar a boca. Jeremiah Wright deveria ter cuidado um pouquinho mais e sua ovelha, Barack Obama, não passaria tanto constrangimento – além de correr o risco de perder a eleição.

Mas, antes de jogar pedra, admito, também já falei e escrevi asneiras. Recentemente, enquanto pregava, mencionei as diversas metáforas bíblicas para a brevidade da vida. Disse que somos pó, uma simples poeira que o vento dispersa. Aí sapequei uma tolice monumental. Afirmei que somos pueris. Achei inteligente dizer que pueril vem de poeira (bobeira, porque pueril tem a ver com infantil). Logo fui corrigido por várias pessoas e morri de vergonha.

Como é fácil perder-se quando nos embriagamos com a soberba. Acreditamos em nossa própria capacidade e tropeçamos; imaginamo-nos onipotentes e viramos motivo de chacota.

Portanto, a melhor precaução para a soberba é rodear-se de amigos que não tenham medo de dizer a verdade. “Assim como o ferro afia o ferro, o amigo afia o seu amigo” (27.17). Tiago escreveu que ninguém consegue domar a língua. “É um mal incontrolável, cheio de veneno mortífero” (Tg. 3.9). Sendo assim, além de amigos leais que não deixam passar nada, admitamos, mais cedo ou mais tarde vamos tropeçar com a língua; resta, então, pedir perdão e seguir adiante um pouco mais humilde.

Soli Deo Gloria.

Ricardo Gondim

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