Imaginemos agora que ouvimos um soldado, entre esses cristãos combatentes, fazendo a oração do Pai Nosso.
Pai nosso, diz ele – Ah, desgraçado insensível! Você pode chamá-lo de pai quando está prestes a cortar a garganta do seu irmão?
Santificado seja o teu nome – Como pode o nome de Deus ser mais impiamente profanado do que pelo mútuo assassinato sangrento entre vocês, seus filhos?
Venha o teu reino – Você ora para que o seu reino venha, ao mesmo tempo em que se empenha em estabelecer um despotismo terreno, pelo derramamento de sangue dos filhos e súditos de Deus?
Você ousa dizer O pão nosso de cada dia nos dá hoje quando irá, no momento seguinte talvez, queimar a plantação dos seu irmão, preferindo perder a possibilidade de beneficiar-se dela você mesmo a permitir que ele desfrute dela sem ser molestado?
Com que cara você pode dizer Perdoa as nossas dívidas assim como perdoamos aos nossos devedores quando, muito longe de perdoar o seu irmão, você vai, com toda a presteza possível, assassiná-lo a sangue frio, por uma suposta transgressão que é, no final das contas, imaginária?
Você se permite deplorar o perigo da tentação, você que, não sem grande perigo para você mesmo, está fazendo tudo que pode para colocar o seu irmão em perigo?
Você merece por acaso ser livrado do mal, quer dizer, do ser maligno, a cuja ânsia você se submete e por cujo espírito você é agora conduzido, ao planejar o pior mal possível para o seu irmão?
Pai nosso, diz ele – Ah, desgraçado insensível! Você pode chamá-lo de pai quando está prestes a cortar a garganta do seu irmão?
Santificado seja o teu nome – Como pode o nome de Deus ser mais impiamente profanado do que pelo mútuo assassinato sangrento entre vocês, seus filhos?
Venha o teu reino – Você ora para que o seu reino venha, ao mesmo tempo em que se empenha em estabelecer um despotismo terreno, pelo derramamento de sangue dos filhos e súditos de Deus?
Você ousa dizer O pão nosso de cada dia nos dá hoje quando irá, no momento seguinte talvez, queimar a plantação dos seu irmão, preferindo perder a possibilidade de beneficiar-se dela você mesmo a permitir que ele desfrute dela sem ser molestado?
Com que cara você pode dizer Perdoa as nossas dívidas assim como perdoamos aos nossos devedores quando, muito longe de perdoar o seu irmão, você vai, com toda a presteza possível, assassiná-lo a sangue frio, por uma suposta transgressão que é, no final das contas, imaginária?
Você se permite deplorar o perigo da tentação, você que, não sem grande perigo para você mesmo, está fazendo tudo que pode para colocar o seu irmão em perigo?
Você merece por acaso ser livrado do mal, quer dizer, do ser maligno, a cuja ânsia você se submete e por cujo espírito você é agora conduzido, ao planejar o pior mal possível para o seu irmão?
Erasmo de Rotterdam
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