30 setembro, 2008

Protegendo a infância para proteger tudo

Assim também o Pai de vocês, que está no céu, não quer que nenhum destes pequeninos se perca. MT 18.14 A infância não deve ser protegida apenas por causa da fragilidade física e emocional do ser humano nesse período, mais que isso, é na infância que o ser humano mais que aprender a ser gente, aprende a amar ser gente. Quando se aprende a amar ser gente, aprende a amar tudo o que nos cerca e nos permite ser gente. Aprende-se que fazemos parte de algo maior que nós, e que, por sermos os seres mais dotados de inteligência do planeta, recai sobre nós a grande responsabilidade por sua manutenção e por sua qualidade de existência. Quando se aprende a amar ser gente, aprende-se a amar gente, a nos vermos como uma grande família, onde todos devem trabalhar pelo bem de todos, com uma visão comunitária de qualidade de vida. Quando se aprende a amar ser gente, passa-se a desejar ser gente cada vez melhor, e, então, passa-se a procurar os melhores exemplos de gente para se imitar, gente como Jesus de Nazaré, por exemplo. E essa busca pela excelência do Ser eleva a qualidade de tudo o que está à nossa volta, e de todos os nossos relacionamentos. Há muito que fazer, não apenas para tirar as crianças do trabalho infantil, mas para garantir-lhes educação e recreação de qualidade, saúde física e emocional, o que passa necessariamente pela distribuição de renda e pela adequada prestação de serviços por parte do estado, de modo que seus pais possam viver com dignidade, a família possa ser preservada e o carinho tenha espaço para crescer, porque, como diz o ditado popular: "quando a miséria entre pela porta, o amor pula pela janela", não há paz onde não há dignidade financeira, emocional e física. A igreja pode e tem ajudado, principalmente, na questão emocional, mas nada substitui o papel do Estado no que tange a justiça social e a qualidade de serviços públicos. Precisamos construir uma Nação e um Estado onde as crianças amem ser gente.

Ariovaldo Ramos

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